BO JUDICIAL - 22/12/22 - AGÊNCIA AMAZÔNIA REAL INGRESSA EM PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA ABRAJI
Abraji acolhe Amazônia Real em programa que garante assistência jurídica a jornalistas
Alvo de processo judicial após a publicação de uma
reportagem, a agência de jornalismo independente Amazônia Real agora pode
contar com assistência jurídica gratuita para sua defesa, custeada pelo
Programa de Proteção Legal para Jornalistas, da Associação Brasileira de
Jornalismo Investigativo (Abraji). A ação foi movida por dois empresários e uma
empresa de turismo amazonense e busca censurar uma matéria sobre evento de luxo
realizado no Amazonas durante a pandemia. Com o acolhimento no programa, que é
financiado pela organização internacional Media Defence, a agência passa a ser
assistida pela advogada Bárbara Trindade.
A reportagem investigava a realização do evento “Amazon
Immersion”, série de festas clandestinas promovidas em embarcações que
navegavam pelo rio Negro, no Amazonas, em abr.2021, durante uma onda de casos
de covid-19. No texto, foi apontada irregularidade no registro de uma das
embarcações utilizadas, o iate de luxo Ana Beatriz I, de propriedade da empresa
WL Sistema Amazonense de Turismo, de Waldery Areosa Ferreira e seus filhos.
A apuração jornalística foi baseada em informações obtidas
com autoridades públicas - a Secretaria de Comunicação Social do Governo do
Amazonas e a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC), órgão da Marinha
do Brasil. A reportagem também procurou ouvir a outra parte retratada, que não
respondeu.
Na matéria, a agência também relembrou que Waldery Areosa
Ferreira e Waldery Areosa Ferreira Junior, pai e filho, foram alvos da Operação
Estocolmo, deflagrada pela Polícia Civil em 2012 para investigar um esquema de
exploração sexual de crianças e adolescentes no estado do Amazonas.
Os autores do processo, os empresários Waldery Areosa
Ferreira e Daniel Henrique Louzada Areosa e a empresa WL Sistema Amazonense de
Turismo, argumentam que eles teriam sido retratados na matéria como responsáveis
pelo evento “Amazon Immersion”, o que não aconteceu, e como proprietários das
embarcações usadas na ocasião. Além disso, afirmam que a Amazônia Real teria
apontado na matéria que uma dessas embarcações estaria sem o registro devido.
A juíza Mônica Cristina Raposo da Câmara Chaves do Carmo
acolheu a argumentação dos autores em decisão liminar e determinou a retirada
da página do ar, sem antes ouvir a agência responsável pela publicação. A
Amazônia Real recorreu da decisão, que não foi revertida pelo Tribunal de
Justiça do Amazonas.
Fonte: https://abraji.org.br/noticias/abraji-acolhe-amazonia-real-em-programa-que-garante-assistencia-juridica-a-jornalistas?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=associados-abraji
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