BO -24/02/23 - ENTIDADES EMPRESARIAIS CRITICAM CAMPANHA CONTRA A JOVEM PAN
Entidades condenam campanha de desmonetização da Jovem Pan
Realizada desde dezembro pelo Sleeping Giants Brasil, grupo que promove campanhas para que empresas privadas deixem de patrocinar canais e veículos que propagam desinformação e discurso de ódio, a campanha #DesmonetizaJovemPan foi condenada nos últimos dias por entidades representativas do setor de rádio, televisão e imprensa.
Em nota, a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) manifestou preocupação com a campanha, que classificou como "de intimidação contra veículos de comunicação". Na mesma linha, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) classificou a campanha como "inequívoca ação de intimidação" que não representa o "caminho adequado para o aprimoramento de nossa sociedade, da liberdade de expressão e de imprensa, e do Estado Democrático de Direito”
Já a Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Aesp) "repudiou com veemência" o que chamou de "ataque e boicote aos veículos de comunicação". Por sua vez, a Associação Paulista de Imprensa acusou o Sleeping Giants de constranger empresários e anunciantes.
Atos golpistas
Aparentemente as entidades não levaram em consideração o inquérito
instaurado contra a Jovem Pan pelo Ministério Público Federal após os atos
golpistas de 8 de janeiro. Segundo a investigação, uma série de conteúdos da
emissora contribuiu para incitar os ataques às sedes dos três Poderes, em
Brasília.
No dia seguinte à abertura do inquérito, a Jovem Pan demitiu quatro comentaristas: Rodrigo Constantino, Zoe Martínez, Paulo Figueiredo e Marco Costa. Augusto Nunes e Guilherme Fiúza já haviam sido demitidos. A investigação do MPF também teria levado à renúncia de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, do cargo de presidente da emissora - hoje ocupado por Roberto Araújo.
Prejuízo
Segundo reportagem do Intercept Brasil baseada em mensagens trocadas em janeiro deste ano entre executivos da Jovem Pan e anexadas ao processo que o grupo de mídia abriu contra o Sleeping Giants Brasil na Justiça de São Paulo, somente no mês passado a campanha #DesmonetizaJovemPan provocou perdas de inserções publicitárias de mais de R$ 830 mil. Na mesma linha das entidades, os advogados da Jovem Pan alegam que o grupo é vítima de perseguição e pedem o fim da campanha e a remoção de todo seu conteúdo da internet. Até o momento, porém, a Justiça não atendeu aos pedidos da empresa.
Além de cobrar patrocinadores, o Sleeping Giants Brasil notificou extrajudicialmente o Google para que interrompa a monetização do conteúdo disponibilizado pela Jovem Pan. O grupo também ingressou com outra ação na Justiça de São Paulo solicitando que o Google salve mais de 2.300 vídeos publicados no canal da Jovem Pan no YouTube. Segundo a medida, para evitar problemas, a empresa está apagando conteúdos contendo discurso de ódio, ataques às urnas eletrônicas e informações falsas sobre covid-19.
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