BO - 26/05/23 - GOVERNO DO RS NOMEIA SUSPEITO DE ATAQUE A JORNALISTA
Suspeito de atentado contra jornalista é nomeado para cargo no governo do Estado
Em 14 de janeiro de 2022, o
jornalista Daniel Carniel foi agredido a socos pouco antes do trabalho,
em frente ao prédio da Adesso TV, emissora em que apresentava o programa 'Prato
Limpo'. Após inquérito sobre o caso, a Polícia Civil indiciou ao Ministério
Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) o nome de Micael Carissimi como suspeito
de ser o mandante do atentado. No início do mês, o homem foi nomeado como
coordenador da assessoria de gabinete da Secretaria de Inovação, Ciência e
Tecnologia do Estado (SICT).
A indicação de Micael para a vaga foi realizada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), Vilmar Zanchin (MDB). Simone Stülp, secretária da pasta, foi quem anunciou pelas redes sociais a nomeação do profissional. Antes disso, ele ocupou, até 17 de março, o cargo de assessor especial da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo, onde estava lotado desde janeiro deste ano.
À reportagem de Coletiva.net, a assessoria de Comunicação
do governo esclareceu que o Poder Executivo está "tomando conhecimento dos
alegados fatos e adotará procedimentos administrativos de praxe para
averiguação". Também lembrou que o indiciamento não "pressupõe
condenação judicial ou comprovação definitiva de culpa".
Relembre o caso
Na época, Daniel conversou com
o portal e contou os fatos. Ao chegar à emissora, estranhou ter uma pessoa
parada na porta de entrada. "Eu estava me preparando para pedir licença e
passar, quando ele me perguntou o nome e depois me deu um soco", lembrou.
No mesmo dia, o comunicador entrou no ar para explicar aos espectadores o
motivo do sangramento no rosto. "Quando ele me agrediu avisou que seria para
eu aprender a não falar coisas que não devia", disse.
Ele informou que, no mês
anterior ao ataque, denúncias foram feitas sobre a inauguração de um poço
artesiano que não tinha água. "Mais de 30 famílias estão sem abastecimento
naquela região. Eu não quero saber que político foi, só quero mostrar que essas
pessoas foram enganadas e não podem ficar sem água", pontuou na época.
Apesar disso, o apresentador esclareceu não poder "afirmar que foi por
isso a agressão". "Quem vai investigar e achar os mandantes é a
polícia", declarou.
Na época, Micael trabalhava na
Superintendência de Comunicação da ALRS. Duas semanas após o atentado, foi
exonerado. Antes disso, de 2017 a 2020, trabalhou na prefeitura de Garibaldi e
foi secretário de Obras e Administração do município.
Confira o pronunciamento do
governo na íntegra:
Tendo tomado conhecimento dos
alegados fatos, o governo adotará os procedimentos administrativos de praxe
para averiguação, respeitado o devido processo legal e lembrando que o
indiciamento não pressupõe condenação judicial ou comprovação definitiva de
culpa.
Fonte: https://coletiva.net/noticias/suspeito-de-atentado-contra-jornalista-e-nomeado-para-cargo-no-governo-do-estado,429423.jhtml
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