BO JUDICIAL - 30/06/23 - STF ARQUIVA PROCESSO DE JOVEM PAN CONTRA SLEEPING GIANTS

 Moraes arquiva ação da Jovem Pan contra Sleeping Giants por inexistência de delito

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o arquivamento do inquérito policial que investigava se o movimento Sleeping Giants Brasil cometeu crime de difamação contra a Jovem Pan.

“A instauração ou manutenção de investigação criminal sem justa causa constituem injusto e grave constrangimento aos investigados”, argumenta o ministro do STF.

O inquérito policial foi aberto no Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), em São Paulo, no início do ano, a pedido da Jovem Pan. A emissora acusa o Sleeping Giants de praticar campanha difamatória com “o objetivo declarado de privá-la de anunciantes”.

Em novembro do ano passado, o grupo iniciou uma ação chamada #DesmonetizaJovemPan, em que, por meio do seu Twitter ou Instagram, questiona as empresas anunciantes se os valores delas são condizentes com o da emissora “conhecida por propagar desinformação e discurso de ódio” ou por divulgar “discursos golpistas” que colocaram em dúvida o sistema eleitoral.

Segundo levantamento da própria Sleeping Giants, 98 marcas já deixaram de pagar por publicidade na Jovem Pan desde o início da campanha.

Em outro processo civil que a emissora move contra o grupo, cópias de emails internos mostram que somente o cancelamento dos anúncios da Toyota e da Caoa Chery levaram à perda de mais de R$ 837 mil em um único mês pela Jovem Pan.

Para a emissora, o Sleeping Giants promove “vil campanha, de argumentação baixa e repugnante, com o deliberado afã” de destruir a sua reputação.

Já o movimento alega que é uma associação criada especificamente para “combater mentiras e conteúdos odiosos contra a democracia de forma online”.

O entendimento de Alexandre de Moraes é o de que não há indícios de crime na campanha realizada pelo Sleeping Giants.

O ministro do STF argumenta que, apesar de farta documentação, “percebe-se que o presente inquérito é formado basicamente por ‘prints’ de postagens em tese violadoras do tipo penal, e pedidos de diligência ou notificações aos provedores de internet formulados pela própria ofendida [Jovem Pan]”.

Moraes também cita decisão judicial anterior que negou o pedido da Jovem Pan de suspender as redes sociais do Sleeping Giants por entender que a medida drástica seria desproporcional, uma vez que os perfis do movimento não foram criados com o objetivo específico de criar a campanha difamatória contra a emissora.

Cita também outra determinação judicial contrária à quebra do sigilo bancário do movimento, porque não existiam requisitos para justificar a “medida de exceção” e também porque os responsáveis pelo movimento “sequer foram ouvidos, embora já tenham requerido habilitação nos autos”.

Procurada, a assessoria de imprensa da Jovem Pan afirma que a posição da emissora foi apresentada em editorial lido pelo apresentador Tiago Pavinatto, na tarde de quarta (28).

O texto, segundo o informado, se refere a todos os processos jurídicos que a Jovem Pan está envolvida —na terça (27), o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública para pedir a cassação das concessões de rádio do grupo.

No editorial, Pavinatto afirma que a Jovem Pan presta serviços de utilidade pública desde o século passado, mas só agora “está sob ataque, justamente por ser aquilo que se espera de um veículo de imprensa: ser livre, independente e crítico.”

O texto se concentra, em sua maior parte, em uma resposta ao MPF. A emissora chama a ação de “censura” e afirma que o órgão “vale-se da máquina e da estrutura do estado brasileiro para propagar apenas a acusação, a petição inicial, como se ela fosse uma medida definitiva, como se ela, desde já, refletisse o resultado de um processo que nem começou”.

Fonte: https://www.agendadopoder.com.br/judiciario/moraes-arquiva-acao-da-jovem-pan-contra-sleeping-giants-por-inexistencia-de-delito/

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