BO - 160823 - ASSOCIAÇÕES CRITICAM PARTICIPAÇÃO DE FOTÓGRAFO NA CPI
Entidades repudiam tratamento dado a repórter fotográfico na CPI do 8/1
Um grupo de
entidades ligadas à imprensa brasileira repudiou a convocação e o tratamento
dado ao repórter fotográfico da Reuters Adriano Machado na CPI do 8 de janeiro.
O profissional foi convocado e prestou depoimento nesta terça (15).
No início do mês, a CPI convocou Machado a se apresentar por entender que ele “testemunhou um crime, que foi a depredação do Palácio do Planalto”. A convocação, feita a pedido da oposição, recebeu o apoio do presidente do colegiado, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA).
Em
nota, as entidades repudiaram a convocação e a “tentativa, por parte de alguns
parlamentares, de atacar a honra do jornalista e a reputação de toda a imprensa
brasileira”.
O
documento afirma que Machado respondeu aos questionamentos com tranquilidade,
“mas foi ofendido por diversas vezes, quando parlamentares da oposição, com
vistas a atacar o governo, o acusaram de participar de uma encenação de golpe”.
Durante
o depoimento, um parlamentar anunciou que pediria a quebra do sigilo telemático
do repórter fotográfico para saber com quem ele trocava mensagens. O
profissional também foi questionado por não ter dado voz de prisão aos
manifestantes que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto.
“Cabe
ao fotojornalista registrar as imagens do crime. O papel de coibir, identificar
criminosos, responsabilizá-los e puni-los é trabalho das autoridades de
segurança e da Justiça. Pedir a quebra do sigilo telemático de um profissional
de imprensa é uma arbitrariedade, que contraria o direito constitucional de sigilo
das fontes”, diz a nota.
As
entidades entendem que a convocação do profissional, “como se fosse suspeito de
um crime ou de um conluio, é uma forma de agressão e de intimidação à
imprensa”.
As
organizações afirmaram ainda “que não permitirão que profissionais de imprensa
sejam usados como joguetes nas disputas políticas, tampouco nos atos e
manifestações que põem sob risco a democracia”.
Assinaram
a carta de repúdio a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo), o Instituto Vladimir Herzog, o Instituto Palavra Aberta, a
FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas), a Tornavoz, os Repórteres Sem
Fronteiras e a Ajor (Associação de Jornalismo Digital).
Fonte: https://politicalivre.com.br/2023/08/entidades-repudiam-tratamento-dado-a-reporter-fotografico-na-cpi-do-8-1/#gsc.tab=0
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